domingo, 8 de março de 2009

Tomates Verdes Fritos


“Um filme simples, mas que encanta com sua simplicidade. ‘Tomates Verdes Fritos’ traz uma história sutil sobre amor e amizade, contada de uma forma bastante atraente. No entanto, nem todo tipo de público se deixará envolver pela produção.”

Baseado no livro de Fannie Flag, e dirigido com extrema sensibilidade, neste filme, questões como a discriminação racial, a violência doméstica, a liberdade, a terceira idade, e a recuperação da auto-estima, são tratadas sem exageros, mas com determinação.

Desnorteada e cansada da vida que levava, Evelyn Couch conhece, por acaso, num asilo para idosos, Ninny, uma carismática senhora, ávida por uma boa amizade e cheia de histórias e experiências para compartilhar. Ninny conta-lhe sobre a história de amor e amizade e cumplicidade entre duas mulheres datada do início dos anos 30, no Alabama, entre Idgie Threadgoode e Ruth Jamison. Não é uma trama explícita ou chocante, muito menos uma apologia direta ao homossexualismo, já que esse aspecto fica apenas subentendido. Elas haviam aproximado inicialmente em função do namoro entre Ruth e Buddy, o irmão mais velho de Idgie, objeto de adoração desta. A morte trágica e acidental de Buddy motivou Idgie a afastar-se de todos que lhe cercavam.

Anos depois, Ruth, a pedidos da mãe de Idgie, consegue aproximar-se desta, com persistência e tamanha doçura que ninguém teria alcançado, possivelmente este tenha sido o motivo que a fez galgar êxito em sua empreitada. Apesar de serem completamente diferentes, surge entre elas uma forte e profunda amizade, capaz de resistir ao tempo, às dificuldades e, até mesmo à morte. Ninny, uma excelente contadora de histórias, narra o drama vivido pelas amigas Idgie e Ruth um pouco a cada dia em que é visitada por Evelyn. A força de Ruth e a coragem de Idgie acabam tocando o coração de Evelyn, que descobre em si virtudes suficientes para mudar a sua realidade. O marasmo e o conformismo de outros tempos são definitivamente abandonados pela disposição sincera de alcançar, por si mesma, a felicidade.

O trunfo do filme, para quem assistiu e pode perceber, está no fato de desenvolver a história de uma forma bastante sutil. Independente do tipo de relação que Ruth e Idgie constroem, a ênfase é dada apenas ao sentimento que as une. Até mesmo a antipatia que as duas mulheres despertam em habitantes mais conservadores da cidade não está ligada ao fato das duas estarem juntas, mas sim por elas tratarem com igualdade todos os excluídos da sociedade de então.

A amizade de Ninny e Evelyn e a de Idgie e Ruth são exemplos de que nossos atos e palavras podem influenciar os outros, mas os únicos efetivamente responsáveis pelo nosso destino somos nós mesmos. Saber lidar com as perdas e afastamentos e continuar vivendo com dignidade e resignação; saber partir e saber realizar nossos verdadeiros desejos, eis aí as maiores lições que esse belo filme nos deixa. De quebra, ainda, há a questão do preconceito racial – intenso naquela região na época retratada – e o velho dilema do “saber envelhecer”.

“Tomates Verdes Fritos é na verdade dois filmes em um. O melhor está na mistura das aventuras doces e amargas das amigas Idgie e Ruth. Um drama sobre fortes, destemidas e engraçadas mulheres. Não é exatamente um sucesso híbrido, mas pode ser visto dessa forma, se você desejar.”
Rita Kempley – The Washington Post – 10/01/1992

FICHA TÉCNICA
Título Original: Fried Green Tomatoes
Ano: 1991
País de Origem: Estados Unidos
Idioma: Inglês
Duração: 125 min.
Trilha Sonora: Thomas Newman
Roteiro: Fannie Flag
Direção: Jon Avnet
Elenco: Kathy Bates; Mary Stuart Masterson; Marie-Louise Parker; Jessica Tandy; Gailard Sartain; Stan Shaw; Cicely Tyson

Como boa película é a coisa mais rara existente em extinção no meio dessa feira, segue o link
Tomates Verdes Fritos

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